terça-feira, 31 de julho de 2007
completando o ciclo
procura outros,
afasta-se,
sente saudades,
não sente mais.
esquece,
ignora,
some.
torna-se apenas mais um.
e completa, mais uma vez, o ciclo.
domingo, 29 de julho de 2007
Oh querida, Clementina!
Gosto de filmes capciosos. Daqueles que você só entende de verdade no final. Daí, se temos o dvd, podemos recorrer ao começo do filme pra entender tudo. Sabe aqueles filmes que começam pelo final, voltam ao passado e só no final você entende a primeira cena? Poisé.
Descobri que gosto de alguns dramas. Na verdade, descobri isso com os filmes do Jim Carrey. Acho que ele é melhor em dramas do que em comédias. Talvez a cara de sofrimento, ou de 'inocente-vítima-de-um-mundo-cruel' seja melhor do que as caretas que costumamos ver.
Trocar o dia pela noite não é tão ruim quanto os pais pensam. É muito melhor assistir a filmes de madrugada. Nas férias então, nem se fala. Férias não é um período de descanso, longe disso! É um período de fazermos coisas que não podemos fazer na nossa pacata vida cotidiana. Descobrir coisas novas e esquecer um pouco do tempo que nos rege. Que outra época estaria eu virando a madrugada na frente de monitores tendo uma prova concorridíssima no final do ano?
É melhor eu parar por aqui pro texto não começar a ficar feio. Minhas idéias estão começando a se embaralhar.
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Roriz e a Justiça que o ampara
A renúncia de Joaquim Roriz ao mandato de senador pelo Distrito Federal, dia 4 de julho, foi apenas mais um ato de um processo repleto de equívocos. De todos os atos desse processo, certamente o mais lamentável, triste e vergonhoso foi seu pronunciamento na tribuna do Senado Federal, em 29 de junho. Em sua parte final, tal como que tomado por involuntária emoção, em que pese o texto escrito, aduziu ser vítima da imprensa e do sensacionalismo dado às gravações que o comprometem.
Diógenes Magalhães da Silveira Neto
Como corolário de sua vida pública imaculada, verberou que, não obstante centenas de processos contra si, no decorrer de sua carreira política, jamais fora condenado em um sequer, como se isto fosse prova de inocência. Ora, esta afirmação só demonstra o caos de impunidade por que passa este combalido país. Será que, dessas centenas de processos que alega, nenhum só que seja teria fundamento? Se pensarmos bem, talvez todos o tivessem.
Em verdade, a improcedência dos aludidos processos, proclamada pelo Judiciário, moralmente não o exime de nenhuma responsabilidade, principalmente se aventarmos a possibilidade de que grande parte dessas questões tenham se dado em foro goiano. Ao contrário, só reforça a convicção de seu comprometimento. Dizer, então, que foi inocentado pela Justiça, soa como um tiro no próprio pé.
Em determinado momento de sua infeliz e bisonha intervenção, dirigindo-se aos demais senadores presentes, com a voz embargada, após elogiar o presidente da casa, a quem ombreia-lhe em infortúnio de idêntica matiz, apelou, pateticamente, à comoção de seus pares, numa alusão de que, genericamente, todos naquela casa fossem homens honrados, quando é público e notório que o Poder Legislativo, em matéria de corrupção, só perde para o Judiciário.
Ao repto de que pedir dinheiro emprestado não é crime, derramou elogios a seu amigo de longos anos, o prestativo mutuante Nenê Constantino, proprietário da Gol Linhas Aéreas e um dos maiores, se não, o maior concessionário de serviço público em Brasília, fato este que, por si só, já induz imoralidade, tendo-se em conta que o mutuário é um senador da República, tendo sido, por várias vezes, governador do Distrito Federal.
Falando em Judiciário, que lástima a justiça comum de nosso Estado. Contaminada, talvez, por sua proximidade a Brasília, aqui os problemas éticos chamam a atenção. Juízes e desembargadores aposentados, que hoje advogam, usam de seus estreitos relacionamentos com os que julgam seus processos. Consagrou-se a figura do favor jurídico. O corporativismo é reinante na Corregedoria-Geral de Justiça. De vez em quando aplicam uma pena só para dar uma satisfação a esta sociedade já desacreditada na Justiça.
O Conselho Nacional de Justiça alega não ter competência jurisdicional para investigar e julgar casos de corrupção, apesar de já tê-lo feito em outras oportunidades. Depende de quem requer e de quem é o requerido. Portanto, não há quem dê jeito. Só nos resta apelar para que forças sobre-humanas alentem e minorem as agruras de quem for vítima de nossa Justiça. É torcer para que estas mesmas forças recaiam e aniquilem o mal da corrupção em nosso judiciário, tal como se infere do escólio do maior cronista político em atividade no país, Arnaldo Jabor, e da qual me reporto, pedindo vênia para transcrição de parte de seu texto, de um ano e meio atrás, repisada e publicada neste jornal, em 22 de maio, com algumas modificações, de forma a atualizá-la aos novos escândalos nacionais, o que nos leva a eternizá-la, não só pelo aspecto do continuísmo da vil prática, foco da matéria, como também por ser esta crônica uma obra genial, em todos os sentidos.
Não fosse real o espectro trágico de seu conteúdo, poderia ser tida como uma obra de inequívoco humor, eis que é impossível não se rolar de rir ao lê-la. Arnaldo Jabor sintetiza o caos inexorável. Aflui-se de suas palavras, de extraordinário humor, não nos faltar mais nenhuma esperança contra a corrupção, a não ser, apelar para a maldição. É indescritível o paradoxo, eis que fulgura um misto de júbilo e dor. É muito engraçado, porém, cruel a sua realidade. Eis apenas um pequeno trecho desta crônica inesquecível: “Malditas sejam as caras-de-pau dos ladravazes, com seus ascorosos sorrisos, imunda honradez ostentada, gélido cinismo, baseado na crapulosa legislação que os protege há quatro séculos, por compadriços juízes, repulsivos desembargadores, fariseus que vendilham sentenças por interesses políticos, ocultados por intrincados circunlóquios jurídicos, solenes, lero-leros para compadrios e favores aos poderosos! Que vossas togas se virem em abutres famintos que vos devorem o fígado, acelerando vossas mortes que virão por vossa ridícula sisudez esclerosada com que justificais liminares e chicanas que liberam criminosos ricos e apodrecem pobres pretos na boca-do-boi de nossas prisões”.
quarta-feira, 25 de julho de 2007
o tal do caos
E só se ouvia isso, de cinco em cinco minutos. O aeroporto cada vez mais lotado, apesar dos vários desistentes, se tornou um tumulto, apoiado pelos repórteres, insistentes, de diversas emissoras e por pessoas que preferiam criar confusão - o que não levaria a nada.
Na noite anterior, antes de dormir, assisti a uma notícia no telejornal, informando que os pilotos da GOL e da TAM firmaram um acordo de não pousar na pista de Congonhas se nesta houver qualquer umidade. Apoio totalmente! É uma questão de poupar vidas! Mas precisava chover justo no dia da minha viagem?!
Um rapaz veio do balcão dizendo que o serviço de check-in estava paralisado. Só estavam remarcando a data da passagem para qualquer dia que não fosse o dia seguinte! SE NÃO CHOVESSE!
Congonhas é um verdadeiro ponto de encontro. Lá você encontra qualquer pessoa. Marília Gabriela, jornalistas da Globo e até um amigo que não via há dois anos. Ele estava há três dias tentando voltar para Goiânia. Me disse que a previsão era de chuva para os próximos sete dias. Comprou uma passagem de ônibus e tentou a sorte.
"A mulher da Gol falou que hoje ninguém voa". O pior é que era verdade. Eu já estava no que seria a fila do check-in há uma hora e não sabia exatamente o que iria acontecer quando chegasse ao seu final. Transferir o vôo pra Guarulhos não era mais uma opção plausível já que lá se instalava um caos ainda pior, ao receber todos os vôos que dirigiam-se para São Paulo.
Já eram dois aeroportos fora de funcionamento e eu realmente queria chegar em casa. Finalmente consegui chegar ao final da fila. Fiquei em xeque: ou eu esperava dois dias para pegar um vôo lotado para Goiânia - torcendo para que não chovesse -, ou ia pra Campinas pegar um vôo na manhã seguinte para Brasília, para aí sim seguir para Goiânia.
Por incrível que pareça, a segunda opção me pareceu mais confortável. Já estava cansado de ficar esperando os aeroportos decidirem o que fazer com os passageiros. Dois dias antes, estava indo de Florianópolis para São Paulo. Era pro avião pousar em Congonhas, mas o piloto recebeu ordens de ir para Guarulhos. A aeronave pousou e ficou uma hora em solo. A burocracia da INFRAERO nos impedia de desembarcar sem que a Gol enviasse um documento formal assinado, uma vez que o destino do vôo era, originalmente, Congonhas. Depois de sessenta minutos esperando o desembarque, foram mais vinte minutos esperando o ônibus que nos levaria para o aeroporto principal de São Paulo - por conta da empresa aérea, pelo menos - e mais uma hora até chegar ao bendito lar do caos.
A situação é realmente difícil. É embasbacante ouvir no noticiário que o sistema aéreo do Brasil é provisório e incapaz de atender à demanda de vôos. As companhias de aviação culpam o governo, os telejornais culpam as falhas mecânicas, o governo comemora e a população não conhece a verdade. O excelentíssimo presidente diz que a verdade vai chegar a tona, mas eu não acredito. Neste jogo de interesses, quem se ferra é a população, que vai acabar esquecendo tudo com mais uma medalha do PAN ou qualquer outro "PANis et circenses" que tomar a atenção da massa. Não interessa se o reversor da turbina direita não estava funcionando ou se a pista estava molhada. O fato é que Congonhas, definitivamente, não é o aeroporto ideal para se fazer as conexões de todo o Brasil. É uma pista curta, sem área de escape e que põe em risco todo um perímetro urbano. E se Congonhas está sobrecarregada assim, é culpa das companhias aéreas que pressionam o número de conexões e escalas em São Paulo, já que é vantajoso sair com um avião sempre lotado. No mais devemos ignorar todo o sensacionalismo que acerca o acontecido e lamentar a necessidade de tantas mortes inocentes para que, finalmente, seja feito alguma coisa pelo sistema aéreo brasileiro. Ou não.
segunda-feira, 23 de julho de 2007
decolando
_ ta fazendo a curva, filhinha.
_ mas eu to sentindo que tá descendo!!!
_ é assim mesmo, princesa.
_ mãe...
_ oi?!
_ o mundo não é redondo?
_ claro que é.
_ mas ta tudo reto!
_ ele é grande.
_ ah.... é só um pedaço.... esse é o Brasil todo?
_ não, é são paulo.
_ tudo isso?
_ é.
_ até aquele pedacinho lááá no fundo?
_ aham.
_ah.... e como eles sabem pra que lado fica florianópolis?
_ eles não sabem. o avião já é programado
_ ah....
Não sei qual é melhor: ter todo o conhecimento científico e cultural do mundou, ou viver na magia e na inocência da infância.
*amanhã farei um post sobre meu dia no caos aéreo de congonhas.
domingo, 15 de julho de 2007
ânimo?
Cambaleando, tento, inutilmente, olhar para frente, em meio a tanta gente, gente essa que está ereta, atenta e disposta, olhando para mim com dó ou desprezo. O céu verde começa a se encher de nuvens. Nuvens brancas, amarelas, alaranjadas e rosas, colorindo o céu brilhante desta madrugada..... opa! Essa tilápia passou perto! e era das grandes.
Agora faltam quarenta e sete minutos. Cada minuto leva uma eternidade para passar e fica mais tímido se o assistimos. Tentei recorrer à minha fiel amiga, mas não adianta; o sono já tomou conta de mim. Mas não me arrependo de nada...
Já chega, o ânimo acabou. Acho que nunca tive na verdade. Vou fechar as janelas, apagar as luzes e aproveitar minha meia horinha.
sábado, 7 de julho de 2007
pensando bem...
Tem que esquecer mesmo! Aproveite as férias menino, assista a um filme! e de repente percebemos que nós é que somos assistidos. Descobrimos um mundo de mentiras preparado pra nós. É essa a realidade: estamos cercados por mentiras. Mas tem sempre alguém tentando contar a verdade pra gente, sempre torcendo pra que vençamos o jogo da vida, o show da vida.
Em plenas férias tem gente que estuda, que lê livros didáticos, que descobre a falha da regra de 3, que faz recuperação, que faz específica de química, que faz tudo ao contrário do que deveria ser. Às vezes é divertido ser do contra. Então vamos ao show de axé de uniforme e à aula com abadá. Pensando bem, eu acho que eu não gosto de você. Chega de escrita telegráfica.
Adeus.