domingo, 31 de dezembro de 2006

reavendo

Retrospective 2006....

Hoje tentarei me recordar dos momentos felize se tristes que tive esse ano. Posso dizer que foi um ano bem balanceado.... sendo o primeiro semestre melhor que o segundo.

O ano começou melhor do que nunca. Visitei duas cidades lindas e que sonhava passar as férias: Curitiba e Florianópolis, conheci pessoalmente um amigo que me comunico pela internet por 3 anos e reencontrei com outros amigos que moram no sul. Tinha acabado de começar um namoro e tinha um grupo de amigos sensacional! Como se já não bastasse, minha banda ainda ganha em primeiro lugar num concurso onde concorreram 21 conjuntos, e assim pudemos gravar nosso 1º EP.
Estava começando o 2º ano no meu colégio. O ano mais "vagal" como todos dizem, já que não temos mais o impacto do 1º ano e nem a responsabilidad e o peso do 3º. Apesar disso eu estava com notas boas, professores legais e colegas engraçados.
E assim foi o começo de 2006: Tinha um namoro saudável, via meus melhores amigos todo dia, fazia shows com minha banda que agora já tinha um CD gravado e vivia a pacata vida de um estudante do 2º ano colegial.
Dia 30 de abril comemorei meus 16 anos num pitdog muito bom, com alguns amigos e lá ficamos durante a noite. Nesta altura, já tinha um amigo inseparável e com certeza o fator mais marcante de 2006: Pedro Batera.

E o primeiro semestre de 2006 estava se acabando. As férias vinham chegando, e com elas, a despedida de uma grande amiga que passaria um ano em intercâmbio. Eu não imaginava que tudo ia mudar tão drasticamente e tão de repente em tão pouco tempo. eu estava passando por algumas crises em meu namoro. Achava que logo ia passar. Mas não queria ficar pensando em coisas ruins. Fui pra Goianésia visitar um velho amigo que morava lá, o Makley, para passar alguns dias e ver como era a vida de um solteirão que morava sozinho. O fato é que ele não era mais solteiro. Tinha começado um namoro, justamente na época em que o meu estava com dias contados. Passamos bons momentos, e até trabalhei um pouco na loja que ele tem de enxovais.
Quando voltei pra Goiânia, queria resolver de uma vez meu namoro. Apesar de tudo conspirar para o fim, eu realmente não queria terminar, e tivemos uma conversa definitiva. Na verdade não tão definitiva, mas passamos tudo a limpo e decidimos dar mais uma chance. Uma chance que não durou muito tempo. Tava tudo muito frio e sem clima. No dia seguinte terminamos.
Tudo parecia perdido, mas se aproximava o dia de um show da minha banda que abriria para outra banda, inspiradora do nome Blog que vos escrevo, e na minha opinião, a melhor do Brasil: Móveis Coloridos de Aracaju, ou algo assim. O nosso show foi um desastre. O som tava péssimo, o publico escasso, e a animação foi pro beleléu (que termo heim). - Depois disso a banda entrou em uma crise que quase provocou sua extinção, mas falrei disso mais tarde - Mas o fim daquela noite compensou tudo! Foi O show. Eu que conhecia quatro músicas não fiquei parado um segundo, e a partir daquele momento, comeceia repensar e questionar meus gostos musicais favoritos.
Acho que depois deste show, o último salve de alegria que tive no ano foi o Festival do Cerrado, que juntou as duas bandas que mais gosto, combinados com 2 dias de diversão com amigos na casa do Makley em Goianésia.
A banda quase acabou, mas voltamos e fizemos um show, que foi até bom, mas eu percebi que não estava mais animado e saí da banda. Infelizmente com a ida da Luíza pro México e com o fim do meu namoro juntado a mais alguns fatores, a turma de amigos se distanciou muito e já não era mais a mesma. Não tinha mais programa pra sair todo final de semana, minhas notas na escola pioraram e eu me via sozinho, vendo todos felizes, menos eu. Posso dizer que a vantagem de tudo que passei é que me aproximei muito mais dos meus melhores amigos este ano todo, como disse no primeiro post deste blog. O sorriso dos dois sempre me dá a esperança de que tudo pode melhorar.

E hoje, dia 31 de dezembro, vai ter uma comemoraçãozinha de fim de ano aqui em casa, na qual virão alguns amigos especiais passar a virada aqui e juntos desejar um 2007 inesquecível pra todos ;*


**Lucas, eu ainda te amo ;*

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

incondicional

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaah muleeeeeeeeeeeeeque!!!!
Foi realizado mais um F4BLIG (Friends 4ever Barbecue Live In Goiânia) cuja sua primeira edição, quando fundada, foi em Goianésia durante o Festival do Cerrado. A intenção do Fablig era reunir a galera de Goiânia toda na casa que conseguimos em Goianésia e fazer um super churrasco gozando de todos os prazeres da vida. Foi uma tentativa meio fracassada, já que o churrasco não rolou e não foram todos que esperávamos, mas hoje, dia 26 de dezembro, a segunda edição saiu com força total!
Na verdade tudo foi muito inocente, pois há muito tempo tentávamos marcar um futebolzinho na casa do Ernesto, mas tudo conspirava contra nós e acabávamos adiando sempre. Até que finalmente ontem, entramos no MSN e decidimos de uma vez por todas "de quals que era". Que dia seria, quem iria, quanto custaria, dona Maria e piscina fria. E apesar da dificuldade de administrar o tempo de alguns dos participantes, ficou combinado: 9:00 da manhã na casa do Ernesto, formaríamos dois times e jogaríamos Futebol até cançarmos. Depois iríamos à casa do Tomé tomar um merecido banho de piscina e começar nosso churrasco Bohemio!

Os primeiros a chegarem foram Lucas, Bruno, Diogo e eu. Fomos até o campo com o Ernesto e logo apareceram o Gabriel e o Tomé. Ficamos batendo bola e brincando de bobinho pra aquecer. Porra! Tava muito quente. Sol moendo em nossas cabeças. E todos já queriam ser do time dos sem camisa. O Guga chegou atrasado (o que já era previsto), mas assim podemos dar início a partida futibolística!
Flash Back em nossa infância de "Futebol Arte" quando tiramos par ou ímpar e a medida que íamos escolhendo os jogadores, estes iriam fazendo filhinha atrás do capitão do time. Pronto! Agora estava tudo preparada e começou a decisão.
O pior em campo era com certeza o Lucas que não conseguia driblar, perdia a bola sozinho e era desarmado com facilidade. Diogo mostrou que continua sendo soberano com a bola nos pés e foi o artilheiro do jogo. Guga começou no gol, mas logo saiu e mostrou que era um bom meio de campo. O Tomé é engraçado. Ele fez uns gols legais. O Bruno apelou, fez uma boa partida, mas não deu o melhor de si. O Ernesto/Alejo/Da Silva mostrou ser um ótimo atacante e goleiro. O Gabriel era um pouco melhor que o Lucas, mas sempre chutava a bola pro mato. Ainda bem que estabelecemos antecipadamente a regra "Quem chutou pega". E eu, mostrei domínio como goleiro, mas quando eu saia do gol querendo empolgar, só fazia merda.

O jogo terminou com uma vitória no finalzinho do time dos sem camisa. Mas nada que abalou o psicológico dos jogadores. A única coisa q tava abalando ali era o calor. Pegamos nossas coisas na casa do Ernesto e começamos a migrar. Passamos pelo supermecado e pegamos os melhores pedaços de contra filé. compramos um engradado de brahma e fizemos o Diogo virar um delinquente juvenil precoce fazendo-o roubar um casco de cerveja.
Ao chegar na casa do Tomé, só alegria. Piscina todo dia! Tentativas de começar um jogo de poker em vão. Começamos a assar a carne e o Lucas assumiu a churrasqueira. Os primeiros pedaços de contra filé chegaram bem salgadinhos... mas bem salgadinhos mesmo. Daqueles que dá pra perceber que o cara nao tirou o sal grosso da carne. E assim seguiu durante algum tempo. O Tomé levou a bateria dele pro local do churrasco e tivemos uma música ao vivo. Logo, o Lucas foi embora. Ficamos triste por um lado, mas a partir deste momento, todas as carnes ficaram excelentes.

E o final da 2ª edição do Fablig foi assim, todos empanturrados de carne, chapados, organizando a 3ª edição, limpando a casa e todos felizes por uma tarde em amigos super legal.




*Nota do autor: Lucas, eu amo você ;**

domingo, 17 de dezembro de 2006

w&b


Suspeito que estou numa fase de transição... Estou numa fase ruim da vida com alguns dias bons. Porém estou fazendo coisas novas. E talves esta seja minha salvação por enquanto. Mas penso que se eu tomo gosto por esses novos rumos, posso ser uma pessoa diferente do que era. Talvez eu não ache isso bom. Enfim... é complicado demais! Essas férias... benditas férias... malditas férias! Almeijei tanto durante este semestre por ela, que chega como um prato cheio de solidão e monotonia. E só me faz querer ter aula. Muita saulas, para que eu estude bastante e fique ocupado. Por que é isso que eu tenho tentado fazer: ocupar minha cabeça. Com qualquer coisa. Com qualquer pessoa.
É... ta ficando bem confuso isso aqui. Mas enfim. Precisava escrever. Porque às vezes tenho medo. Já passei por isso antes. Estou achando amigos novos, mas tenho medo. Não quero perder parte do que construi com tanta felicidade durante quase um ano. Merda.
Queria que essas férias acabassem logo pra que parte de minha agonia fosse embora.
E no mais, espero que a peça que eu assista hoje me destraia bastante ;D

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

a grande árvore

Em nossa primeira reunião em grupo estávamos perdidos. Não muito diferente do resto da sala. E realmente não é fácil entrar em um consenso quando se tem nove pessoas em um só grupo e temos que escolher uma instituição de caridade para ajudar. Alguns achavam mais interessante trabalhar com idosos nos asilos, outros preferiam a simplicidade das creches. Eu sugeri algo mais ousado como Alcóolatras Anônimos, e até foi cogitada a idéia de irmos à APAE. Foram discutidos vários aspectose chegamos a conclusão que seria difícil organizar um grupo de nove pessoas para fazer algo muito complexo, e após uma votação decidimos ir a uma creche. Descobrimos que a tia do Gabriel, era coordenadora de uma creche, e entramos em contato para saber os horários de funcionamento para podermos marcar uma visita. A primeira ida pra Creche Maria de Nazaré foi realizado por uma pequena parte do grupo. A idéia era fazer uma primeira visita com poucos integrantes para saber como era a creche. Analisar o espaço que poderíamos usar e tudo mais. E tudo correu bem ou até diferente do que era esperado. E assim foi nossa primeira visita à instituição. Na aula seguinte do Baiano discutimos sobre as atividades que poderíamos levar na nossa segunda visita. Foi muita discussão e por muitas vezes quase acabou em briga. No início tivemos muitas idéias. Pensei numa gincana qem vencedores. Dividiríamos as crianças em quatro grupos e faríamos quatro atividades diferente em cada um dos quatro e enquanto isso eles estariam em rotação pra que todos fizessem todas as atividades. Pensamos em uma das atividades ser uma historinha onde cada criança contaria um pouquinho, e assim iríamos formando uma história completa, engraçada e cheia de criatividade. Infelizmente a idéia não foi levada a frente pois o Arthur Moraes achou que os garotos eram tímidos demais e alguns muito novos, o que impossibilitaria a execução da atividade. Nos reunimos, mais uma vez, na casa do João Paulo, dois dias antes de irmos à creche. Discutimos exatamente o que faríamos. As músicas, as atividades e etc. Decidimos que o objetivo principal da nossa visita seria dividir as crianças em quatro grupos, e entregar a cada grupo uma cartolina com o esboço de um pedaço de uma árvore de Natal. Eles iriam se divertir colorindo e desenhando na árvore e no final uniríamos as quatro cartolinas e formaríamos uma grande árvore de Natal para presentarmos as crianças. Foi uma reunião produtiva onde decidimos praticamente tudo e ficamos tranquilo para o nosso segundo encontro com as crianças. E foi tudo incrivelmente divertido! As crianças gostavam muito de colorir e correr. E foi neste momento que eles se soltaram totalmente e se esqueceram da timidez. O Arthur Lemos fez sucesso com grande parte da garotada. O Rubens não ficou pra trás. Todos os meninos e meninas pediam para ser carregados por eles e faziam até fila. Ao final de tudo a árvore ficou muito legal e com uma marca de cada um. Deixamos lembranças nossas e tentaremos voltar mais vezes! Arthur Prado.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

um dia de cão

Há mais ou menos dois anos eu comecei a me identificar com as atividades teatrais, porém venho exercendo integralmente apenas há um ano. E ontem eu pude pela primeira vez protagonizar uma peça, na verdade um musical: OS SALTIMBANCOS. Fiquei muito feliz desde que fui convidado a participar, pois é uma das obras infantis que mais apreciei durante minha infância e até hoje aprecio. A história dos quatro animais, o Jumento, o Cachorro, a Galinha e a Gata não é só mais uma história de bichinhos pra alegrar as crianças. É uma obra cheia de metáforas sócio-políticas que agrada a pessoas de todas as idades de uma forma quase inocente e bem humorada.
Foi bom trabalhar com um número reduzido de pessoas, já que a peça envolvia apenas os quatro protagonistas animais e o coral(+/- quinze pessoas). Os quatro animais parece que foram escolhidos a dedo, como disse a tecladista Elza, pois foi incrível o tanto que ficou bem representado e caracterizado cada personagem. Foi bom trabalhar canda ensaio. Cada ensaio cheio de piadas, momentos divertidos, momentos sérios, broncas e risadas. Fiz novas amizades e recordei antigas durante o mês que ensaiei junto ao grupo.
Os solistas já tinham uma intimidade com o palco tendo em vista que todos fazem ou fizeram teatro. Algumas pessoas do coral, não se sentiram totalemnte seguros no começo. Foi difícil fazer todos se desonctraírem no ritmo dos animais. O mais difícil foi fazer eles pararem de assistir e estar na cena! Mas nada que a dedicação dos ensaios não tenha resolvido. Ensaios cansativos de duas horas ou mais de duração... Era coisa de louco. Mas também é muito difícil fazer um musical onde temos que consiliar três artes: música, teatro e dança. Sendo assim, o diretor do musical, Vinícius contou com a ajuda de outras duas professoras. E ao final de todos os ensaios, tinhamos um trabalho bem feito e um grupo entrosado.
E o espetáculo ocorreu da melhor forma possível! O ginásio do colégio Dinâmico, onde acontece as apresentações, estava lotado. Não por adolescentes e vestibulandos como é de costume. Mas por crianças e principalmente adultos. E jovens como eu, que não perderam o gosto pela obra. Erros? Claro! "Até Mozart errava". E o que dirão de quatro jovens de 16 anos, cantando atuando e dançando com um coral que ensaiou pouco mais de 3 meses? Fico feliz e orgulhoso de todos nós. Pois todos nós sabemos a dificuldade de fazer um trabalho desse.
Fiquei muito orgulhoso da Galinha, pois apesar de ter uma voz muito boa e cantar bem, nunca havia estudado música. Não sabia nada de teoria e não sabia o que o Vinícius queria dizer quando falava "sobe um tom"; "vamos começar em Lá menor"; "você é uma contralto"; "faz uma oitava a cima". E além disse ela teve que cantar mais agudo do que é confortável pra ela. E apesar de estar no 3º ano e ter se afastado do teatro pra dedicar-se aos estudos, compareceu aos ensaios e trabalhou empenhada pra que saísse tudo bem no final.
A Gata sempre cantou bem e eu pago um paaaaaal pra voz dela. Mas como o musical é difícil, ela também sentiu as dificuldades de ter que cantar mais agudo e de ficar fazendo harmonia sempre. Cantar já é difiícil, cantar com outras pessoas então... Uma pena o microfone dela ter falhado na música mais conhecida e uma das mais bonitas da peça. Mas ela conseguiu cantar mais alto e contornar a situação.
Não tenho muito o que falar do Jumento né... Conheço ele há uns 5 anos e sempre foi um ótimo cantor e um excelente ator! E o mais capacitado para protagonizar e narrar o musical era ele. Não errou nada, e não deixou a desejar. Outro terceiro anista que se dedicou inegralmente a peça, nas vésperas do vestibular.
O coral, como já disse, no começo estava um pouco introvertido, cantando baixo e sem a descontração encessária da peça. Mas foi questão de tempo. E edaí se erraram a letra numa música? Não perderam a afinação e nem o sorriso! E estão de parabéns.
E o que eu posso dizer é que me surpreendi comigo mesmo. Estou quase na mesma situação da Galinha. Tive que cantar mais agudo do que custumo cantar e nunca fiz aula de música. Sei um pouco mais que ela por ter convivido com músicos. Mas tenho um ouvido péssimo e não é difícil pra eu errar o tom ou desafinar. Mas consegui afzer uma ótima peça, e fiz juz ao papel do cachorro, malando, agitado e bobão! O que posso dier é que desafinei duas vezes. Sendo que uma das vezes só o Davi, que conseguiu dissernir minha voz no meio de 19 pessoas, percebeu e falou que foi só uma semitonada desafinada. Tem gente que é chato mesmo.
E foi assim que terminou mais um ciclo de apresentação. No final o abraço dos amigos, o agradecimento, o carinho do público, as homenagens, fotos e o sorriso da certeza de um trabalho bem feito e gratificante. Não teríamos uma reapresentação no dia seguinte... Mas um dia quem sabe....?

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Vida em brasas

Desde garotinho gostei do fogo, de brincar com fogo, e hoje acabei me queimando. Mas vou contar minha triste história desde o início.
Ainda posso me lembrar de quando, jovem e saudável, um primo me ofereceu um cigarro. Pela primeira vez fumei um cigarro. Já faz décadas, eu não tinha mais que 15 anos. Me lembro também da marca, era um Derby. Naquele tempo as pessoas podiam fumar quantos cigarros quisessem e em qualquer lugar. Não havia leis contra o poderoso cigarro.
Esse primo me ensinou a tragar e a soltar a fumaça com estilo, como via nos filmes, que naquela época também podiam exibir cenas de pessoas fumando. Na mesma noite, numa festa no interior, comprei o primeiro dos milhares de maços de cigarro que consumi em minha triste e vaga vida. Me lembro também da marca desse, era um Hollywood Menta. Como me arrependo desse ato... Fumei apenas alguns cigarros na noite. Era muito novo, e não podia deixar que os mais velhos me vissem fazendo aquilo.
No outro dia, pela manhã, peguei os cigarros que restaram e fui para o meio da plantação de milho que havia perto da casa de minha saudosa tia, onde eu estava dormindo naqueles dias. Sentei-me no chão e fumei um após ou outro, sem intervalos. Queria acabar logo com as evidências do crime que acabou com minha vida. Depois disso passei a fumar sempre em festas e bailes que ia. E o ato parecia cada vez mais prazeiroso.
Anos depois, ainda na juventude mudei-me para São Paulo em busca de trabalho como modelo. Quem me vê hoje sobre essa cama de hospital, com os pulmões artificiais me dando a vida que joguei fora aos poucos durante essas décadas que passaram, magro, sem cabelo... Ah! Que saudade do meu cabelo ruivo/loiro, loiro/ruivo que fazia sucesso com as moças na época. Quem me vê hoje nesse estado lastimável jamais acreditará que cheguei a trabalhar com minha imagem um dia. Naquele tempo ainda não se usavam esses modelos digitais de hoje, eram pessoas fotografadas que viviam de sua imagem. Eu era bem apessoado, grande, sadio, e com belos cabelos lisos e ruivos.
Essa carreira de modelo talvez tenha sido o que mais me aproximou do cigarro. A vida estressante pelas incertezas e a ociosidade eram os convites para uns traguinhos. Fumava um ou dois maços por dia e achava que era muito. Fumava Marlboro, L&M, Carlton, ou qualquer outro que pudesse pedir a alguém quando eu estivesse sem dinheiro. Economizava dinheiro com tudo, sacrificava os luxos da alimentação para não faltar o sagrado cigarro de cada dia.
O afastamento da família e dos amigos de minha terra natal e a tristeza da vida isolada que levava faziam com que o a amizade entre o inocente cigarro e eu se tornasse mais firme a cada dia.
Sempre à tira-colo para as sagradas ele estava lá:
Acordou? Fuma dois cigarros antes de sair da cama.
Bebeu cerveja? Fuma sem parar.
Ficou nervoso? Fuma.
Comeu algo? Fuma.
Vendo TV de madrugada? Fuma sem parar.
Bebeu café? Fuma.
Está numa festa? Fuma sem parar.
E por aí eu ia deixando o inocente cigarro tomar conta de mim. Por várias vezes pensei na hipótese de parar de fumar. Mas lembrava que nunca havia desejado viver muito, e por isso uns cigarrinhos não fariam muita diferença. Mas me enganei... Minha vida foi seguindo, sempre lado a lado com o cigarro.
Como me arrependo de ter pensado assim. Me casei com uma belíssima mulher, tive um casal de filhos, arranjei um bom emprego e a idéia de viver uma vida curta e intensa já não me agradava mais. Mas não conseguia mais abandonar meu mais fiel amigo, o cigarro. Queria viver pra criar e educar meus belos filhos. Queria cuidar de minha esposa quando essa ficasse idosa. Queria ter a vida eterna.
Porém fumava mais e mais. As leis do governo foram ficando cada vez mais rígidas. A propaganda foi definitivamente proibida, não se podia mais fumar em locais públicos, e posteriormente nem mesmo dentro de sua casa. O cigarro passou a ser considerado droga pesada e seu comércio foi rigorosamente proibido. Muitas manifestações foram feitas. Me lembro de sair correndo pelado no meio da multidão com vários cigarros, cachimbos e charutos acesos protestanto pelo meu direito de fazer do meu corpo o que eu quisesse.
Agora era dificil de manter o vício de fumar os meus 6 ou 8 maços diários do amigo da fumacinha. Ver a brasa queimando rente ao meu rosto era um prazer que ficou ainda mais prazeiroso devido à sua proibição. Agora tínhamos que traficar o cigarro. Houve uma inversão de papéis. A maconha que era vista como droga de marginais e era proibida na minha juventude, já podia ser comprada em saquinhos de 1Kg nos supermercados e degustada a vontade, mas o cigarro que por milênios foi apreciado por todas as classes da população agora era o inimigo número 1 da saúde mundial.
Lá pelos 35 anos de idade os avisos de meu castigo começaram a dar suas caras. A tosse que tomava conta de mim e me deixava sem ar quando o tempo esfriava agora era frequente. Os médicos me aconselharam a parar de vez de fumar. Mas não dei ouvidos. Algumas fagulhas da idéia de vida curta e intensa restavam em mim e me direcionavam ao vício sempre que possível. E assim fui piorando e sendo derrotado pelo falso amigo que me acompanhou durante todos esses anos.
Hoje meus filhos tentam esconder a dor de ver um pai sem pernas, sem cabelo, sem pulmões e que nao consegue mais falar... Um vegetal apodrecido desaparecendo. Aqui, com 46 anos, nessa cama de hospital deixo meus últimos lamentos através da leitura de pensamentos de uma vida vazia. Minha mulher me abandonou, minha filha caçula nunca mais veio me ver. Meu primogênito tenta vencer a tristeza e vem me visitar as vezes. Estou triste mais uma vez. Acabei com minha vida aos poucos sem perceber. Cigarro! Maldito cigarro! COmo pude ser tão cego e infantil a ponto de viver uma vida de falsos prazeres?
Nem ao menos posso puxar os tubos que bombeiam essa vida artificial para dentro de mim. Há dias perdi os ultimos movimentos que me restavam. Já nao existo. Alguém por favor desconecte os cabos!
Mas... Antes de fazer isso, poderia colocar um cigarro aceso em minha boca para um último adeus em meu fiel amigo?
Aqui jaz Cristiano Sarter. Quarta Feira, 27 de junho de 2029.


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Este é um dos textos que eu mais gosto.

sábado, 28 de outubro de 2006

plúvio

Depois de uma tarde muito quente e cansativa, olho para o céu e vejo as nuvens cinzas chegando. Que ia chover, eu tinha certeza. Mas precisava saber se dava tempo de fazer tudo o que precisava antes da chuva cair. Estava na rodoviária, um pouco longe do meu apartamento. Peguei um ônibus e sentei, enconstei a cabeça e repousei por algum tempo, enquanto a noite caia levemente e o céu escurecia com as nuvens.
O mais engraçado é meu dilema de quando vai chover. Eu particulamente adoro chuva, por mim chovia mais em Goiânia. Principalmente a minha Goiânia, cidade tão quente! MAs o trânsito fica engarrafado, o risco de acidentes aumentam, perde-se muita coisa, o comércio nao rende muito. Pela janela do ônibus ainda via algumas pessoas correndo com sacolas de supermecado e jornais protegendo a cabeça. E eu torcia pra chegar em casa a tempo.
Cochilei por alguns segundos (ou seriam minutos?) e acordo com o barulho de 3 meninas perguntando se alguem tinha um sit pass pra vender. Olhei ao redor e o ônibus já estava demasiadamente cheio! E a chuva lá fora caia de forma agressiva. Agora era torcer pra quele la diminuísse já que eu tinha que andar 4 quadras depois do ponto pra chegar em casa. Algumas ruas estavam totalmente alagadas, e em alguns lugares a água devia chegar nuns 15 cm de profundidade.
Ao descer do ônibus, corri para um posto de gasolina. Pensei em esperar a chuva passar, ali mesmo, abrigado no posto de gasolina. Mas acabei decidindo por chegar logo em casa correndo, pois parecia que a chuva não pararia tão cedo. Não sei qual ilusão foi maior: A de que a chuva passaria logo se eu esperasse, ou a de que eu me molharia pouco se eu fosse correndo. Pisei em umas 4 poças no caminho, as ruas estavam muito alagadas, os carros passvaam espirrando água e tudo mais. Depois de alguns segundos jah nao estava mais preocupado em tentar nao molhar o tenis. Já não tinha o q tentar nao molhar. Comecei a andar traquilamente. Sentindo a chuva e apreciando cada gota caindo sobre minha pele. Me lembrei de quando era crinaça e saia todo serelepe na chuva, saltitando e feliz. Me deu vontade de ficar ali, um tempão. Mas sabia que isso poderia me custar um refriado e uma garganta inflamada por mto tempo. E isso é a última coisa que quero agora.
O pior de pegar esses banhos de chuva são coisas simples como: "droga eu tinha acabado de colocar essa meia e pego chuva!". Ou então: "justo hoje q eu lavei o cabelo?".
Enfim... no fim das contas a chuva refresca bastante, reabastece as hidrelétricas e irriga a cidade. Gostaria que Goiânia chovesse mais...

E há muitas coisas que se pode afzer de legal numa tarde chuvosa em casa. Comer pipoca ou miojo, ou assistir um bom filme com amigos, ou até mesmo jogar super nintendo....
até logo!

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

it's me



Eu adoro refletir naquele velho ditado, "A felicidade se encontra nas pequenas coisas". E cada dia que se passa eu viajo mais e mais nessa idéia e vou encontrando um pouquinho de felicidade em cada simplicidade.
Essa semana por exemplo o Lucas veio dormir aqui em casa e viu que eu tinha um Super Nitendo. Ele ficou mutio feliz e falou para eu pegar os cabos para instala-lo. Mas eu não fazia a mínima idéia de onde os cabos poderiam estar. Afinal eu tinha aquele video game desde os 4 anos e não o jogava há tempos. Depois da mudança, achei que tinha até tralhas jogada fora. Mas ele insistiu tanto que procurei os cabos.
Depois de uns 10 minutos, achei no meu armário, na prateleira mais de baixo, uma caixa cheia de fios, cabos velhos e coisas do tipo. Cartuchos de video game, fones de ouvido do meu primeiro disk man e até um pião antigo, daquele sde madeira, que ganhei da Iasmine. Encontrei inclusive um Cabo Link, recordação da época em que jogava Game Boy. E depois de muito remexer a caixa, os fios da Nitendo foram aparecendo, e logo, estávamos com todos os apetrechos necessários para a instalação!
BINGO! O video game estava funcionando! Testamos as fitas. A maioria estava muito empoeirada e não queria pegar. E ainda por cima o controle tava estragado. Talvez de tanto ficar guardado sem uso. Ficamos um pouco triste, mas combinamos de tentar arranjar fitas e controles. Dito e feito, no dia seguint eo Lucas me xiz que a Nandinha ia levar pra aula dois controles e a fita do Super Mario World pra mim. E ia emprestar pra gent até o Super Nitendo dela consertar. E graças a generosidade dela temos mais uma vez os apetrechos necessários para jogar.
E agora só to esperando o Lucas vir aqui em casa pra gente arrumar tudo aqui e passar uma tarde tentando zerar Mário, e ficar nos entretendo com um dos primeiros, porém o melhor video game do mundo!

redescobrindo


E depois de anos sem mexer em blogs, cá estou eu novamente, motivado pelas aulas de redação. Já havia me esquecido o gosto de ficar minutos na frente do computador digitando textos, fatos cotidianos, músicas, na esperança de alguém ler e se identificar. Ou até mesmo sem se preocupar com que os outros vão achar.
Na verdade nunca gostei muito de expor "sentimentos" na internet. Não gosto de expor nada que seja muito pessoal. Hoje em dia meu orkut diz pouco sobre mim. Mas minha sorte é que pretendo sempre postar muito texto aqui, que tenho certeza que serão lidos apenas por pessoas esclarecidas e não correrei muitos riscos. Na verdade, no momento sinto uma necessidade imensa de extravasar meus sentimentos. Preciso compartilhar, preciso soltar, preciso expulsar algo de dentro de mim. Um peso, eu diria, que venho carregando há muitas semanas.
Poisé, não é só glamour que se tem na vida. Todos têm sua fase ruim e a minha está em apogeu. E tento superar! As artes têm ajudado bastante, e ainda conto com duas presenças que são garantias de bem estar e desabafos. Talvez seja o que têm me motivado nos dois últimos meses.
Acho que é essa a minha intenção com este blog. Apenas extravasar alguns sentimentos. Tentarei sempre colocar fatos cotidianos, crônicas, textos em geral, nem sempre de minha autoria. Mas coisas que gosto de ler e que de alguma forma prenderam muito a minha atenção e me fizeram refletir.
E finalizo este primeiro post com uma frase que sintetiza o que tenho vivido ultimamente cujo autor é o mesmo da inspiração do nome do blog: "Minha doce dor se esconde por trás de um sorriso".

*Show do Móveis Coloniais de Acaju chegando. Ansiedade...