"Atenção senhores clientes: informamos que devido aos problemas meteorológicos e restrições na pista auxiliar do aeroporto de Congonhas, os atendimentos estão temporariamente suspensos. Aqueles que desejam solicitar remarcação de bilhete, o mesmo será realizado de acordo com a disponibilidade dos vôos."
E só se ouvia isso, de cinco em cinco minutos. O aeroporto cada vez mais lotado, apesar dos vários desistentes, se tornou um tumulto, apoiado pelos repórteres, insistentes, de diversas emissoras e por pessoas que preferiam criar confusão - o que não levaria a nada.
Na noite anterior, antes de dormir, assisti a uma notícia no telejornal, informando que os pilotos da GOL e da TAM firmaram um acordo de não pousar na pista de Congonhas se nesta houver qualquer umidade. Apoio totalmente! É uma questão de poupar vidas! Mas precisava chover justo no dia da minha viagem?!
Um rapaz veio do balcão dizendo que o serviço de check-in estava paralisado. Só estavam remarcando a data da passagem para qualquer dia que não fosse o dia seguinte! SE NÃO CHOVESSE!
Congonhas é um verdadeiro ponto de encontro. Lá você encontra qualquer pessoa. Marília Gabriela, jornalistas da Globo e até um amigo que não via há dois anos. Ele estava há três dias tentando voltar para Goiânia. Me disse que a previsão era de chuva para os próximos sete dias. Comprou uma passagem de ônibus e tentou a sorte.
"A mulher da Gol falou que hoje ninguém voa". O pior é que era verdade. Eu já estava no que seria a fila do check-in há uma hora e não sabia exatamente o que iria acontecer quando chegasse ao seu final. Transferir o vôo pra Guarulhos não era mais uma opção plausível já que lá se instalava um caos ainda pior, ao receber todos os vôos que dirigiam-se para São Paulo.
Já eram dois aeroportos fora de funcionamento e eu realmente queria chegar em casa. Finalmente consegui chegar ao final da fila. Fiquei em xeque: ou eu esperava dois dias para pegar um vôo lotado para Goiânia - torcendo para que não chovesse -, ou ia pra Campinas pegar um vôo na manhã seguinte para Brasília, para aí sim seguir para Goiânia.
Por incrível que pareça, a segunda opção me pareceu mais confortável. Já estava cansado de ficar esperando os aeroportos decidirem o que fazer com os passageiros. Dois dias antes, estava indo de Florianópolis para São Paulo. Era pro avião pousar em Congonhas, mas o piloto recebeu ordens de ir para Guarulhos. A aeronave pousou e ficou uma hora em solo. A burocracia da INFRAERO nos impedia de desembarcar sem que a Gol enviasse um documento formal assinado, uma vez que o destino do vôo era, originalmente, Congonhas. Depois de sessenta minutos esperando o desembarque, foram mais vinte minutos esperando o ônibus que nos levaria para o aeroporto principal de São Paulo - por conta da empresa aérea, pelo menos - e mais uma hora até chegar ao bendito lar do caos.
A situação é realmente difícil. É embasbacante ouvir no noticiário que o sistema aéreo do Brasil é provisório e incapaz de atender à demanda de vôos. As companhias de aviação culpam o governo, os telejornais culpam as falhas mecânicas, o governo comemora e a população não conhece a verdade. O excelentíssimo presidente diz que a verdade vai chegar a tona, mas eu não acredito. Neste jogo de interesses, quem se ferra é a população, que vai acabar esquecendo tudo com mais uma medalha do PAN ou qualquer outro "PANis et circenses" que tomar a atenção da massa. Não interessa se o reversor da turbina direita não estava funcionando ou se a pista estava molhada. O fato é que Congonhas, definitivamente, não é o aeroporto ideal para se fazer as conexões de todo o Brasil. É uma pista curta, sem área de escape e que põe em risco todo um perímetro urbano. E se Congonhas está sobrecarregada assim, é culpa das companhias aéreas que pressionam o número de conexões e escalas em São Paulo, já que é vantajoso sair com um avião sempre lotado. No mais devemos ignorar todo o sensacionalismo que acerca o acontecido e lamentar a necessidade de tantas mortes inocentes para que, finalmente, seja feito alguma coisa pelo sistema aéreo brasileiro. Ou não.
E só se ouvia isso, de cinco em cinco minutos. O aeroporto cada vez mais lotado, apesar dos vários desistentes, se tornou um tumulto, apoiado pelos repórteres, insistentes, de diversas emissoras e por pessoas que preferiam criar confusão - o que não levaria a nada.
Na noite anterior, antes de dormir, assisti a uma notícia no telejornal, informando que os pilotos da GOL e da TAM firmaram um acordo de não pousar na pista de Congonhas se nesta houver qualquer umidade. Apoio totalmente! É uma questão de poupar vidas! Mas precisava chover justo no dia da minha viagem?!
Um rapaz veio do balcão dizendo que o serviço de check-in estava paralisado. Só estavam remarcando a data da passagem para qualquer dia que não fosse o dia seguinte! SE NÃO CHOVESSE!
Congonhas é um verdadeiro ponto de encontro. Lá você encontra qualquer pessoa. Marília Gabriela, jornalistas da Globo e até um amigo que não via há dois anos. Ele estava há três dias tentando voltar para Goiânia. Me disse que a previsão era de chuva para os próximos sete dias. Comprou uma passagem de ônibus e tentou a sorte.
"A mulher da Gol falou que hoje ninguém voa". O pior é que era verdade. Eu já estava no que seria a fila do check-in há uma hora e não sabia exatamente o que iria acontecer quando chegasse ao seu final. Transferir o vôo pra Guarulhos não era mais uma opção plausível já que lá se instalava um caos ainda pior, ao receber todos os vôos que dirigiam-se para São Paulo.
Já eram dois aeroportos fora de funcionamento e eu realmente queria chegar em casa. Finalmente consegui chegar ao final da fila. Fiquei em xeque: ou eu esperava dois dias para pegar um vôo lotado para Goiânia - torcendo para que não chovesse -, ou ia pra Campinas pegar um vôo na manhã seguinte para Brasília, para aí sim seguir para Goiânia.
Por incrível que pareça, a segunda opção me pareceu mais confortável. Já estava cansado de ficar esperando os aeroportos decidirem o que fazer com os passageiros. Dois dias antes, estava indo de Florianópolis para São Paulo. Era pro avião pousar em Congonhas, mas o piloto recebeu ordens de ir para Guarulhos. A aeronave pousou e ficou uma hora em solo. A burocracia da INFRAERO nos impedia de desembarcar sem que a Gol enviasse um documento formal assinado, uma vez que o destino do vôo era, originalmente, Congonhas. Depois de sessenta minutos esperando o desembarque, foram mais vinte minutos esperando o ônibus que nos levaria para o aeroporto principal de São Paulo - por conta da empresa aérea, pelo menos - e mais uma hora até chegar ao bendito lar do caos.
A situação é realmente difícil. É embasbacante ouvir no noticiário que o sistema aéreo do Brasil é provisório e incapaz de atender à demanda de vôos. As companhias de aviação culpam o governo, os telejornais culpam as falhas mecânicas, o governo comemora e a população não conhece a verdade. O excelentíssimo presidente diz que a verdade vai chegar a tona, mas eu não acredito. Neste jogo de interesses, quem se ferra é a população, que vai acabar esquecendo tudo com mais uma medalha do PAN ou qualquer outro "PANis et circenses" que tomar a atenção da massa. Não interessa se o reversor da turbina direita não estava funcionando ou se a pista estava molhada. O fato é que Congonhas, definitivamente, não é o aeroporto ideal para se fazer as conexões de todo o Brasil. É uma pista curta, sem área de escape e que põe em risco todo um perímetro urbano. E se Congonhas está sobrecarregada assim, é culpa das companhias aéreas que pressionam o número de conexões e escalas em São Paulo, já que é vantajoso sair com um avião sempre lotado. No mais devemos ignorar todo o sensacionalismo que acerca o acontecido e lamentar a necessidade de tantas mortes inocentes para que, finalmente, seja feito alguma coisa pelo sistema aéreo brasileiro. Ou não.
4 comentários:
eeeeesse é o arthur, ui.
quase o jabor falando na tevê.
cara, já disse que sô sua fã? :}
sinto muito pelas suas complicações thur :/
:*
falou tuuudo!
e o mais triste é esse 'ou não' né :\
;***
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