sexta-feira, 12 de outubro de 2007

dia dos adultos

Tenho certeza que não é só comigo. Quando olho pra trás, pra minha infância, sinto que fiz tudo que devia ter feito. Brinquei, corri, machuquei-me, chorei, criancei.
Às vezes pensamos que é a melhor época da vida. Sem responsabilidades, sem horários, sem coerções que nos moldam mais um boneco de corda nesta sociedade. Não penso que foi a melhor época de minha vida. Mas acho que foi uma época bem concluída.
E que adulto não sente falta da criança em si? Não há um empresário engravatado que não desacelera o caminhar ao passar em frente a criançada que joga bola. Não há uma juíza bem sucedida que não se lembra do nome de suas bonecas. Nem mesmo o desempregado esquece de sua infância, quando, sem preocupar-se com o futuro, jogava bete o dia todo com o cabo de vassoura da avó e uma bola de meia. Mas lamento os que não tiveram infância. Nasceram, cresceram e antes mesmo de pegarem num carrinho, já tinham que sair às ruas pra conseguir alguns trocados pra família. Lavar pára-brisa de carro, engraxar sapato e vender amendoim tomam o lugar das brincadeiras, rodas, parquinhos, nos quais conhecemos nosso corpo, nossas habilidades e a forma de interagirmos com o mundo.
A criança é uma das imagens mais simbólicas que existe, acho que pela inocência e sinceridade. Não podemos perder esse pedacinho de bondade que temos dentro de nós. Por isso todos os adultos, idosos, jovens e adolescentes devemos celebrar o dia de hoje como nosso, para tentarmos sempre manter acesa essa pequena lembrança em nosso peito.

3 comentários:

Anônimo disse...

Discordo. Não acho que você tenha concluído a sua infância... Você é um dos caras mais crianças que eu conheço. Tá na infância até hoje. :D

Legal seu blog. Tô com sono, só li esse texto... Vou ler outros que você escreveu anteriormente e os seus próximos. :)

Aline disse...

pensei que vc nao ia escrever textos :P
se bem que este parece tb um desabafo ;)

sabe, ninguém perde a criança que já foi. Afinal, você acha que é apenas o adulto dentro das pessoas que as fazem amar, por exemplo?

gostei tanto do se texto :)

Anônimo disse...

Realmente.

Passei boa parte de minha infância jogando jogos de computador. E deu no que deu.