quinta-feira, 25 de outubro de 2007

a máquina de rótulos

Tenho que confessar que não tenho o hábito de ler muitos blogs nas horas vagas. Até queria ler, mas é difícil (por isso não há tantos leitores aqui). Mas sempre que possível leio os dos amigos. E devo fazer aqui, é claro, uma propagandinha do Teoria das Cordas , blog em que escrevo também.
O caso é que ontem estava lendo o blog do João e não posso deixar de comentar aqui algumas coisas que ele disse.
O texto dele tratava sobre conhecer as pessoas. Aquelas pessoas que você sempre vê, mas nunca teve, talvez, a oportunidade de conversar. Pessoas que estão no mesmo lugar que você. Na escola, no trabalho, nos shows, nas festas. Como meu amigo João disse, inevitavelmente, taxamos, classificamos e montamos todo um suposto histórico desse indivíduo em nossa cabecinha. O que é muito ruim, pois podemos estar esfericamente enganados. Mas disso eu falo depois.
O João Paulo disse que sabemos muito de muita gente, mas que mesmo assim, não temos idéia do quanto sabemos. Interpretei isso como se, na verdade, não soubéssemos nada. Convivi cerca de dois anos com um colega numa mesma sala de aula. Ele sempre foi classificado como "estranho". Sentava-se sempre na primeira carteira, "dormia em pé", matava três aulas por semana, sempre tirava notas boas e sempre que tentávamos conversar com ele, fazia questão de fechar os canais, dando respostas secas e monossilábicas e cortando nosso assunto. O que pensar de uma pessoa dessas? Imaginávamos mil coisas! Tentávamos imaginá-lo em sua casa. Será que ele mantinha com seus familiares a mesma relação que mantinha com a gente? Eu, sinceramente, não duvido!
Mas quem somos nós para querer saber da vida dele? Não éramos amigos dele. E no fundo acho que nem queríamos ser. Só não queríamos parecer grossos para com ele, caso este, de fato, tivesse algum problema, ou sabe-se lá o que. - A verdade do ser humano é essa: muitas vezes agimos de uma determinada forma para não sermos mal vistos pelos outros. Para não parecermos rudes e insensíveis, quando na verdade nossos pensamentos e sentimentos são outros. Eu mesmo faço muito isso, por mais que eu tente ser sincero.
No texto do João há mais dois tópicos (que convergem para um só) que queria citar aqui. Ele falou sobre quando conhecemos melhor uma pessoa e descobrimos que erramos feio sobre ela. Citou como exemplo um amigo dele, o Bruno. Achei engraçado porque muitas vezes o João olhou pra mim, sorriu e disse: "nossa, você parece demais com o Bruno!".
"Ah é? E como é esse Bruno?"
"Ah, ele é gordão e...."
"Ah, pode parar por aí! Hehehehe"
"Mas é mais no jeito, sabe? As gracinhas, o jeito de rir. Me lembra demais"
E não posso negar que fiquei com muita vontade de conhecer esse tal de Bruno, que, antes mesmo de vê-lo, já sinto uma enorme simpatia por ele.
(voltando ao assunto)O fato é que diversas vezes isso aconteceu comigo. Criei uma imagem negativa de uma pessoa em minha cabeça e diversas vezes quebrei a cara. No meu antigo colégio por exemplo, onde estudei do pré à 8ª série(hoje 9ª série, mas nunca entendi o porquê); sempre fui da turma "A" e, por algum motivo, tínhamos uma rivalidade histórica com a turma "B". Nunca gostei muito das pesoas daquele colégio. Achava-os um bando de playboyzinho que só queria se drogar e inflamar. Eu gostava só da minha turma, por coincidência, a que não tinha nenhum playboy(tinha, na verdade, dois ou três, mas esses eram suportáveis). Achava o restante do colégio um saco!
Por ter preconceito com a turma "B", pus na minha cabeça que todos naquela sala eram iguais. Não queria misturar-me com nenhum deles. Não queria conversar com nenhum deles. Mas o destino sempre prega algumas peças na gente. Um deles, o qual eu realmente nunca havia trocado uma palavra sequer, é primo da Déborah, garota qual tornaria-se minha melhor amiga um ano depois. Tinha aversão a ele. E acho que ele sentia, pois parecia ser recíproco. Mas um belo dia tivemos que passar uma tarde juntos, num piquenique de amigos no qual acabamos jogando vôlei juntos e percebi que ele, a primeira vista, não era nada daquilo que eu pensava.
Ao longo do tempo perdi todo o meu acanhamento e passei a perceber a pessoa maravilhosa que ele era. Hoje tenho muito carinho por ele, mesmo não sendo tão íntimo. Enxergo nele uma pessoa super sincera, que eu quero ter sempre por perto. E isso repetiu-se outras vezes e percebi o quanto é ruim julgar uma pessoa. Pior é pensar que podem nos julgar também e, sem ao menos nos conhecerem, falar mal de nós para outras pessoas. Vê se pode! O homem é capaz de inventar coisas só porque "não foi com a cara de alguém".
E, após um dos maiores textos já publicados no blog da Perestroika, chego a duas conclusões:
- O João Paulo tem a capacidade de explorar alguns assuntos realmente interessantes sobre o comportamento humano, e é muito bom refletir sobre eles.
- Será necessário muitas tardes, noites e madrugadas de reflexão para compreender ao menos 1/4 desse bicho estranho chamado homem.


**não deixem de acessar:
http://blogdojoao.wordpress.com/
http://espelhocasual.blogspot.com/
http://teoriadascordas.blogspot.com/

4 comentários:

Anônimo disse...

O meu comentário sobre seu texto se resume a um emoticon super batido, mas que abrange tudo aquilo que eu quero dizer:

:)

Aline disse...

esfericamente enganados
aioueoiaueoaiueaoieuaoieuaoieuoaiueoaiueaoieuaoiueoaiueoaiueoaiueoiaea
achei o máximo :D

ahh! eu demorei mas li tudo! eu disse que hoje eu leria ;)
bom, preciso dizer que você mesmo achou que eu era metida e coisetal e hoje eu sou só chata mas vc gosta um pouquinho de mim :D

essas coisas acontecem muito mesmo, eu mesma admito que já julguei pessoas precipitadamente. mas é típico do ser humano, fazer o que.

gostei muito do maior texto já publicado no perestroikaa e obrigada pela propaganda gratuita ;)

:*

Bruno Andrade disse...

Rapaz.... sabe que boto MT feh?
Isso jah aconteceu comigo várias vezes =P

Anônimo disse...

sabe que achei seu texto interessantíssimo menino? talvez esse seja o grande defeito de nós humanos: não vermos que as coisa vão além do que se vê!

gostei de visitar seu blog e ver tantos textos e palavras bonitas meu bem.

:*
ah!preciso conversar com vc!